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Nasci em Minas de S. Domingos, uma pequena aldeia do Baixo Alentejo, no dia 19 de Maio de 1955. As minhas raízes são fortemente alentejanas. Cedo se revelou o meu gosto pela escrita. Comecei por escrever histórias, versos, poemas curtos mas longos no sentimento. Aos poucos foram crescendo, ganhando alma, criando à minha volta desejos, desnudando sentimentos onde encontrei muito para chorar. Quando escrever se tornou para mim uma dependência compreendi que era através da escrita que encontrava sossego sempre que sopros grosseiros de desordem invadiam a minha vida. Escrever é para mim um enorme prazer mas é também preocupação e responsabilidade: Preocupação como forma de disciplina, responsabilidade como contrapartida de uma vida livre. Escrevo pondo de lado todos os medos, e desfruto desse acto criativo, inventando, porque a literatura é uma invenção. Com frequência os meus livros nascem de ideias abstractas que vão ganhando forma à medida que as personagens se vão dispondo e arrumando sem conflituosidade. Escrevo com o coração, reescrevo com a cabeça e, por fim, dou-lhe alma.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

UM LIVRO POR SEMANA - GAZETA DAS CALDAS

Amabilidade do meu amigo José do Carmo que publicou neste jornal um artigo de opinião sobre o livro "No dorso do vento".

Um Livro Por Semana 215 – «No dorso do vento» de Alice Ruivo
Publicado a 12 de Maio de 2011 . Na categoria: Opinião Rubricas Semanais . Seja o primeiro a comentar este artigo.
O pano de fundo da acção deste romance de amor é o intervalo entre 1945 e 1974: o fim da II Guerra Mundial e a Revolução de Abril. Por oposição a uma Europa devastada o ponto de encontro (e de desencontro) é Sintra, lugar onde o romantismo a tudo resiste. No dorso do vento de 1945 havia conflito mas também amor: a família Ávila (Jeremias e Olívia) com sua fortuna e pergaminhos, encontra a família Teixeira (Manuel e Rosa) apenas com fortuna. O encontro breve entre Jacinta e João origina o desabafo com o mordomo Tomás («amo-o como nunca amei ninguém») e, tempos depois, nasce Mariazinha: «quando a menina a invadia com perguntas acerca do pai, Jacinta falava dele sem rancor». Anos depois o «25 de Abril» proporciona-lhe o relacionamento com o médico David: «Este interesse de David não passava despercebido a Jacinta mas ela, alegando respeito à filha, não queria qualquer envolvimento». Mas quando, anos depois, parecia ter chegado a paz entre João e Jacinta, esta descobre o seu drama em gente: «O meu pai teve outro filho? Então quer dizer que tenho um meio-irmão». E é num ritmo quase policial que a narrativa evolui. Obtidas certidões de nascimento dos pais de David se percebe melhor a frase de João: «se algo aconteceu… não tens de te sentir culpada. Vocês não sabiam».
Nem a morte física de David o levou no dorso do vento: «Para Jacinta ele fora o irmão, o apaixonado, o confessor e o amigo que lhe dera, ao longo de muitos anos, a força de que ela precisou para agora ser feliz».
(Editora: Terramar, Ilustração da capa: Rita Ruivo Simões)
José do Carmo Francisco
Fonte: Gazeta das Caldas

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